‘Se a Prefeitura abrir a caixa-preta do transporte coletivo, vai faltar tornozeleira eletrônica no mercado’, diz Chico Preto

Em discurso na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira (25), o vereador Chico Preto criticou a ausência do representante do transporte coletivo de Manaus na Audiência Pública do Plano de Mobilidade Urbana, realizada no último dia 13 na CMM. O parlamentar subiu o tom ao dizer que a Prefeitura não tem interesse em esclarecer a relação do Poder Executivo com os empresários do transporte, e afirmou que “se a Prefeitura abrir a caixa-preta do transporte coletivo vai faltar tornozeleira eletrônica no mercado”.

“Depois de muita insistência, foi aprovada, em março, essa audiência pública que foi realizada só agora em novembro. Mesmo com todo esse intervalo de tempo, o representante do transporte coletivo não compareceu. É o assunto mais comentado na Câmara, o assunto que mais incomoda e constrange as pessoas na ruas, e o represente da Prefeitura que discute transporte coletivo não participou. Foi um acaso? De forma alguma. É de propósito, porque a Prefeitura não quer abrir essa caixa-preta. A verdade tem que ser dita”, destacou.

O vereador lembrou, ainda, que na atual gestão da Prefeitura, quase R$ 240 milhões da renovação da frota – valor incluído na tarifa do transporte público – não foram destinados para a compra de novos veículos.

“Eu queria mesmo era ver o prefeito que, em 2016, na época da eleição, entrava nos ônibus e rasgava cartaz dizendo que não iria ter aumento, fazer a mesma coisa cobrando das empresas o dinheiro da renovação da frota, os quase R$ 240 milhões que vem sendo acumulado ao longo desses anos”, afirmou.

Citando o livro “Como morrem as democracias”, dos autores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, Chico Preto chamou a atenção para o papel do parlamento e cobrou mais rigidez dos demais vereadores.

“As democracias morrem por pequenos atos. E nós estamos nos prejudicando por pequenas coisas no dia a dia, como achar normal que depois de um convite, uma autoridade não compareçam na Câmara e traga explicações sobre seus afazeres. Quem acha normal isso, está comprometendo esta casa, sua representação popular”, finalizou.

Foto: Alcides Netto