A Justiça está esperando a conclusão de investigação da Polícia Civil chefiada pelo delegado do 31º Distrito Integrado de Polícia, Geraldo Eloy. O suspeito está preso em Manaus por medida de segurança.

Entenda o caso:

Ele bateu na traseira da moto, aí meu primo perdeu o controle e fomos pro chão. Aí ele saiu do carro e disse para eu dar meu celular para ele, mas eu joguei ele no meio do mato. Aí ele atirou primeiro no muro e apontou a arma pro meu primo. Aí eu segurei na arma dele e puxei a blusa da cara dele. Aí eu falei para Givancir! Não atira no meu primo. Aí eu fiquei na frente dele”, relatou Tchelsy.
Nesse momento a sobrevivente conta que outras pessoas saíram do carro e começaram a atirar em Bruno que estava caído no chão.
Três pessoas, entre eles uma mulher e o jogador de futebol dono do carro saíram e começaram a atirar no meu primo. Foi quando ele atirou e pegou na minha mão e eu saí correndo para dentro do mato e ele começou a atirar. Eu ainda peguei outros dois tiros nas costas”, afirmou Tchelsy.
Até a entrevista Tchelsy não sabia da morte do primo. Ele ainda estava com vida quando ela foi socorrida para Manaus pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu.

Sindicalista devia Tchelsy

Tchelsy era funcionária da casa do sindicalista, em Iranduba, que no dia 30 de janeiro foi invadida por assaltantes que levaram aproximadamente R$ 200 mil de um cofre. Ela foi dispensada um dia antes do furto ao local.
Desde então a jovem tenta receber a dívida dos dias trabalhados. São apenas R$ 400. O valor é irrisório para uma pessoa como Givancir Oliveira, mas ele vinha adiando o pagamento, como mostram mensagens de texto e áudio trocadas entre eles até ontem, dia do crime.

Eu mandei mensagem pra ele pedindo meu dinheiro, aí ele mandou eu ir lá rápido que ele já estava de saída. Aí eu peguei uma carona com meu primo. Chegando lá ele buzinou e o Bindá veio e me deu R$ 150, mas uma das notas de R$ 50 estava rasgada. Daí eu buzinei de novo e o Bindá perguntou o que eu ainda queria. Eu falei que somente meu dinheiro, porque eu trabalhei por completo na casa dele e não pela metade. Ele tá me fazendo de palhaça. Eu to vindo a semana todinha aqui cobrando ele. Aí eu disse que não ia ficar mas vindo atrás não e que ia procurar a Justiça”, contou Tchelsy.
Após esse momento Tchelsy montou na moto com o primo Bruno e os dois seguiram para a comunidade São Sebastião, onde a mãe dela mora. No caminho o crime aconteceu.
Bindá é funcionário de Givancir e sempre está com ele na casa.

Assalto na casa de Givancir

O assalto a casa do presidente do Sindicato dos Rodoviários aconteceu no último dia 30 de janeiro.
A residência fica na estrada de acesso a sede do município de Iranduba. É a de número 777, tem muro alto, cerca elétrica e câmeras de vigilância. Dentro há um campo de futebol, uma piscina e uma casa tipo duplex.
Tchelsy trabalhou no local até um dia antes do assalto. Ela foi dispensada pelo próprio Givancir e, durante as investigações desse crime, chegou a depor na Polícia Civil e, segundo ela, teria sido ameaçada pelo sindicalista.

Ele disse que eu tomasse cuidado com o que eu ia falar, para não prejudicar nem a ele e nem a mim. Aí eu perguntei se era uma ameaça e ele disse que não”, revelou ela.

Família quer justiça

Enquanto Tchelsy se recupera em Manaus. A mãe do jovem esta revoltada e inconformada com o assassinato do filho e o ataque a sobrinha.
“Esse Givancir tem que pagar. Eu quero Justiça. Meu filho não era nenhum bandido. Ele deixou uma filha de um ano e uma esposa”, falou aos prantos Adriana de Freitas, mãe de Bruno.