Líder comunitário é suspeito de tentar matar adolescente indígena queimada
Após incendiar o corpo da adolescente de 14 anos, o líder comunitário manteve a vítima com vários ferimentos em situação de cárcere privado por cerca de dois meses.
Um líder comunitário de 35 anos foi indiciado pela Polícia Civil (PC) por suspeita de ter tentado matar queimada e manter em cárcere privado, uma adolescente indígena de 14 anos, em uma área indígena, em Santa Isabel do Rio Negro (a 631 quilômetros de Manaus). De acordo com o delegado da 76ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), Aldiney Nogueira, os crimes foram motivados por causa de ciúmes.
Conforme o delegado, o crime foi praticado no dia 26 de setembro do ano passado, mas só chegou ao conhecimento da Polícia Civil no final do mês de novembro. As informações indicavam que o suspeito, que não mantinha nenhum relacionamento com a jovem, ficou enciumado depois de saber que ela estava se aproximando de outro rapaz.
O suspeito, segundo as investigações, usou gasolina e incendiou o corpo da adolescente. De acordo com o delegado, a jovem só não morreu, porque se jogou em um rio para apagar as chamas. Após o crime, o líder comunitário manteve a vítima com vários ferimentos em situação de cárcere privado por cerca de dois meses.
Em depoimento, o suspeito negou ter a intenção de matar a adolescente e chegou a informar que ela havia se queimado de forma acidental. "No curso das investigações, identificamos que não havia um relacionamento afetivo entre a vítima e o indiciado. O que havia era uma obsessão por parte dele. Um sentimento de propriedade em relação a adolescente e indignado por uma recusa por parte dela, ele praticou essa atrocidade", lembrou o delegado Aldiney Nogueira.
O líder comunitário foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado por diversas causas, dentre elas por ter sido praticado por motivo torpe, em razão da condição da vítima ser do sexo feminino, por ter sido utilizado meio cruel e por não ter sido dada chance de defesa à vítima. Além disso, segundo o delegado, o suspeito, também, foi indiciado por cárcere privado, por ter impedido durante dois meses a remoção da vítima para receber atendimento médico na sede do município.
"Estamos aguardando a decisão do poder judiciário quanto à nossa representação pela decretação da prisão preventiva e medidas protetivas da lei Maria da Penha", informou o delegado.



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