Unimed Manaus reúne pais e profissionais da UTI neonatal para reforçar importância do método canguru - Opinião Manauara

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Unimed Manaus reúne pais e profissionais da UTI neonatal para reforçar importância do método canguru

Desde 2013, prematuros nascidos na maternidade Unimed recebem cuidados diferenciados e mais humanizados e os pais, são capacitados para sair da maternidade seguros desses cuidados com o bebê


Neste domingo é comemorado o Dia Internacional de Conscientização do Método Canguru, e como faz todo ano, desde 2013, quando implantou esse modelo de cuidados diferenciados e mais humanizados de cuidar dos bebês que nascem prematuros – política de saúde no Brasil desde 2000 -  a equipe multidisciplinar da unidade neonatal da Unimed Manaus, realizou uma ação de sensibilização e treinamento sobre o método.

“A maternidade Unimed Manaus foi a primeira da rede particular de saúde a adotar esse método, que só é obrigatório para rede pública, porque entendemos que ele melhora o vínculo entre o bebê e a mãe, o pai, a família; estimula e favorece o aleitamento materno mais precoce devido o contato pele a pele, proporciona um melhor desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido, explica a médica neonatologista Regina Sodré Fernandes, coordenadora da Unidade Neonatal da Unimed Manaus. 




“O método é voltado para ter justamente esses ganhos: diminuir o tempo de internação, alcançar uma alta precoce e garantir que o bebê vá para casa com um vínculo bem estabelecido, com uma família acolhida, segura e preparada, uma vez que a mãe e o pai participam, desde o início, com o apoio de toda a equipe multidisciplinar, de todas as etapas do método”, esclarece.

Na sexta-feira (13/05), abrindo a programação do Dia Internacional de Conscientização do Método Canguru, a equipe de técnicos e enfermeiros da unidade hospitalar, juntamente com mães que estão com seus filhos na UTI Neonatal, próximo de receber alta, participaram de um treinamento onde formam repassadas, passo a passo, a três etapas do Método Canguru, inclusive, com direito exercícios práticos sobre a maneira correta de dar banho, acomodar no berço e amamentar um bebê prematuro.

“Durante toda essa semana, vamos promover esses momentos de sensibilização com nossos profissionais, uma programação especial, por conta desta data comemorativa do Método Canguru, mas a Unimed Manaus tem o compromisso de renovar esses treinamentos continuamente para evitar e prevenir falhas no dia a dia. Esses cursos são realizados rotineiramente, todos os anos”, afirma Regina Sodré Fernandes. 

A fisioterapeuta do Método Canguru na Maternidade Unimed, Sheila Gama, explica que todos os profissionais são capacitados para executar o método, em cursos de sensibilização e acessibilização, com duração entre 12h e 36h, para que estejam aptos a preparar os pais a cuidar de seu bebê prematuro.

“Na unidade, os profissionais capacitados, que aplicam o método, repassam aos pais as técnicas e cuidados, para que eles possam sair da maternidade seguros para lidar com o bebê. São cuidados diferenciados, individualizados, realizados de forma mais humanizada, não automática. São cuidados diferenciados, desde a troca de fraldas e banho, que não podem ser feitos de forma brusca; a pesagem, que precisa ser realizada de forma adequada; e a amamentação”, detalha.

A coordenadora Regina Sodré reforça que “todos os pais de bebês prematuros que internam na UTI, recebem um treinamento antes da alta, sobre os cuidados com o bebê em casa. É um preparo para a alta”.

Segundo a médica, mesmo o bebê a termo, que não nasceu prematuro, os pais recebem o treinamento de como efetuar o banho, como posicionar o bebê em casa, os riscos. 

“Não temos um olhar só para o prematuro, a gente amplia também para o bebê a termo. As três etapas do método Canguru foi implantado na maternidade em 2013, a primeira etapa começa dentro da UTI e vai até a pós-alta, quando o bebê retorna ao consultório Canguru, que é a terceira etapa”, afirma Regina Sodré.




Método Canguru 

Em 2000, o Método Canguru (MC) foi estabelecido como política de saúde no Brasil. É definido pelo Ministério da Saúde (MS) como um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado, reunindo estratégias de intervenção biopsicossocial.

Embora a obrigatoriedade de aplicação do método seja apenas para as maternidades públicas, compreendendo a sua eficácia, a Unimed Manaus aderiu ao Método em 2013, que foi implementado na Unidade Neonatal, nas três etapas preconizadas. 

De acordo com Regina Sodré, a primeira etapa, ocorre com o bebê na UTI, internado, com suporte respiratório, às vezes intubado, quando então é feito o contato pele a pele e o toque terapêutico. 

“O bebê estável, mesmo no respirador, intubado, ele é colocado em contato pele a pele com a mãe ou com o pai. Não há contraindicação”, reforça. 

A segunda etapa, ocorre quando o bebê recebe alta da UTI e vai para o apartamento ou para a enfermaria, junto com a mãe, até alcançar o peso de 1,6 quilos a 1,8 quilos, quando há segurança da família para receber alta e ir para casa, mãe e família preparada para cuidar do bebê em casa. 

“Nesta etapa continua o treinamento, com o bebê ganhando peso, amamentando exclusivamente, até que ele passe da segunda para a terceira etapa, em que ele recebe alta e vai para casa”, explica a médica.

A terceira etapa se dá no retorno do bebê para avaliação na maternidade, no consultório Canguru, até ele atingir 2,5 quilos, quando segue para acompanhamento, com pediatra, no consultório. 

Regina Sodré destaca que, nas três etapas, a equipe multidisciplinar da Unidade Neonatal da Unimed Manaus atua para garantir que o método seja aplicado com sucesso e todas as etapas sejam cumpridas corretamente.

“Fisioterapeuta, posicionando corretamente o bebê para minimizar os riscos neurológicos; psicólogo, atuando desde que a mãe interna na maternidade para ter o bebê; fonoaudiólogo atuando na transição alimentar de sonda para peito.  O método funciona muito bem, mas  precisa de uma equipe multidisciplinar bem preparada, com profissionais capacitados e em constante atualização”, afirma.

Mãe aprova método

Keissiany Lima dos Santos Gomes, de 26 anos, mãe do pequeno Antony, que nasceu com 28 semanas de gestação, próximo de completar sete meses, e está há dois meses internado na UTI Neonatal da Unimed Manaus, já está familiarizada com as duas primeiras fases do Método Canguru.

“Foi muito triste saber que ele iria ficar na UTI. Fiquei muito sentida, principalmente na hora da alta, mas, depois, a possibilidade de poder continuar vendo ele todos os dias, a cada evolução dele, meu coração ficava mais cheio de esperança. A maior alegria foi poder tocar nele, fazer carinho, tirar meu leite para ele se alimentar, ainda que indiretamente, eu sentia que estava cuidando dele”, conta, já com lagrimas nos olhos. 

Atualmente, mantém a rotina de ir todos os dias a maternidade, mas, agora, não apenas tocar nele na através da incubadora, pode pegar no colo e amamentar diretamente nos seios, 

“Chega cedo, por volta das 7h da manhã e só volto para casa às 23h, depois da última manada. Essa coisa de você tocar no seu bebê, amamentar é muito importante, pra ele e também pra gente. A gente percebe que quando tocar ele responde, aperta a mão da gente com a mãozinha dele. Ele sabe que estou aqui, cuidando dele”, diz animada. 

Agora, Kiciane dos Santos, não ver a hora de iniciar a terceira etapa do Método Canguru. “Nós já passamos por muitos sustos, mas ele vem evoluindo bem e sonho com o dia em que ele finalmente ir para casa comigo. Então, quero logo aprender a fazer tudo direitinho”, afirma.


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