“O sr. não deve nada à Justiça”, diz William Bonner a Lula - Opinião Manauara

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“O sr. não deve nada à Justiça”, diz William Bonner a Lula



Após um hiato de 16 anos, o ex-presidente Lula voltou à bancada do Jornal Nacional na noite desta quinta (25). As revelações da Lava Jato e o revés que a operação sofreu nos tribunais abriram a entrevista com o candidato a presidente que lidera as pesquisas. 


Lula admitiu corrupção na Petrobras, criticou o governo Dilma Rousseff em alguns pontos da área econômica, atacou Jair Bolsonaro por ser o “bobo da corte” do Centrão e por esconder a corrupção do governo e de seus familiares, e ainda falou sobre agronegócio, MST, ditaduras de esquerda e polarização – tudo isso enquanto exaltava, entre uma resposta e outra, a aliança com Geraldo Alckmin (PSB) para unificar o País e vencer as eleições de outubro.


Lula admite corrupção na Petrobras, mas não poupa a Lava Jato



Willian Bonner começou a sabatina com o histórico de vitórias de Lula no Supremo Tribunal Federal. Após mais de 7 anos de cobertura alinhada ao lavajatismo, o âncora do JN finalmente sentenciou: “O senhor não deve nada à Justiça.”


“Mas houve corrupção na Petrobras”, continuou Bonner, querendo saber como Lula pretende convencer os eleitores de que desvios no governo federal não vão acontecer de novo em um eventual governo.


Lula agradeceu a pergunta. “Durante cinco anos, fui massacrado e agora tenho a oportunidade de falar sobre isso ao vivo com o povo brasileiro.” O ex-presidente listou, então, as ações dos governos petistas que fomentaram o combate à corrupção, passando pela criação de leis até a garantia da independência do Ministério Público e da Polícia Federal.


Lula colocou espontaneamente o Mensalão em pauta, lembrando que jamais interferiu naquelas investigações. Ele também frisou que nunca escolheu um procurador-geral da República que fosse “engavetador-geral” de inquéritos.



Sobre a Lava Jato, em especial, Lula disse que a operação cometeu o “equívoco” de trilhar um “caminho político delicado” – “Saiu do caminho da investigação para pegar o Lula” a qualquer custo – e argumentou que a operação poderia ter combatido corrupção sem quebrar empresas de engenharia nacional e destruir empregos.


Pressionando a Lula, Bonner perguntou diretamente se o PT reconhece que houve desvios de dinheiro na Petrobras. “Não dá pra dizer que não houve corrupção porque as pessoas confessaram. Elas confessaram e ficaram ricas por confessar”, disparou Lula, lembrando que a Lava Jato permitiu que os delatores ficassem com parte do produto do crime – premiando, assim, o malfeito.  


Para fechar a questão, Bonner insistiu em saber se Lula poderia assegurar que novos casos de corrupção não iriam acontecer em seu governo e se novos mecanismos seriam criados. Lula partiu para o ataque a Bolsonaro.



“Vamos continuar criando mecanismos para impedir a corrupção. Eu poderia ter feito decreto de 100 anos de sigilo, que está na moda agora. Sigilo para ministro, assessores, meus filhos (…) Aí não teria corrupção. A  corrupção só aparece quando você governa de forma republicana e permite que as coisas sejam investigadas.”


No final, Bonner rebateu Lula com dados de que a Petrobras foi ressarcida em 6 bilhões de reais pelos esforços da Lava Jato. O ex-presidente, porém, não deixou passar em branco o fato de que a força-tarefa de procuradores de Curitiba tentou embolsar 2 bilhões de reais da Petrobras para criar um “fundo”.



*Com informações Jornal GNN

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