Aldísio Filgueiras lança 'Manaus: como se diz, como se vê', neste sábado, na Academia Amazonense de Letras - Opinião Manauara

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Aldísio Filgueiras lança 'Manaus: como se diz, como se vê', neste sábado, na Academia Amazonense de Letras



A editora Valer e a Academia Amazonense de Letras têm a honra de anunciar o lançamento do livro do poeta, jornalista e membro da AAL, Aldísio Filgueiras: MANAUS: COMO SE DIZ, COMO SE VÊ. O evento será realizado neste sábado, dia 14 de outubro de 2023, às 10h, na sede da AAL, na rua Ramos Ferreira, 1009, Centro de Manaus.


A obra, nas suas 239 páginas, traz poemas sobre a cidade de Manaus e, segundo Vinicius Alves do Amaral, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF): Aldisio Filgueiras abriu um caminho em meio ao cipoal de dúvidas e armadilhas, forjando uma expressão inquietante. Uma expressão que é ela mesma prenhe de questões, sonhos e duras verdades. Um caleidoscópio que é pura vertigem, como a sua musa: Manaus. 


Ainda segundo o historiador, 'Manaus: como se diz, como se vê' aborda muitos temas, mas seu maior mérito está na relação que o autor estabelece entre dois tópicos: a barbárie e o desejo. 


"Sim, a barbárie, nossa velha conhecida. Mas ao mesmo tempo há algo de diferente: ela perdeu seu rosto. Não se reconhece mais sua silhueta: é o colonizador ou o importador? Tampouco se sabe seu endereço: será o distrito industrial?", escreveu.


Em meio ao "campo de estranheza", o poeta funda uma zona franca (ops!), onde a memória e a imaginação não precisam ser importadas. Nesse sentido, Filgueiras semeia enclaves não só possíveis como necessários. 


Para a coordenadora editorial, professora doutora em Filosofia e autora do livro 'Para aquém e para além de nós', Neiza Teixeira, Aldisio, sempre incomodado com os acontecimentos, como bom jornalista que é, traz em seus poemas denúncias sobre a capital amazonense que foi negligenciada com fumaça de queimadas e falta de oxigênio, por exemplo.


"O poeta Aldisio Filgueiras tem como a matéria bruta para a sua poesia a cidade de Manaus. A ela o poeta poeteia de forma dura, mas encantada, buscando na sua história os caminhos que lhes foram vetados. Aldisio remove o que foi soterrado pelo tapume da incompreensão e do desconhecimento”, ressaltou Neiza.   

 

Confira alguns poemas.


Querem votos os políticos?

Que se danem! Estão mortos!

Tudo o que fazem é visagem.

Bois, bois, bois de cara preta, quanto querem de gorjeta?

Não guarde nenhum segredo, 

Elson, diga às borboletas; 

se a lua mingua na chuva,

escancare a janela 

e avise aos navegantes,


sem medo de morder a língua 

ou quebrar o metro do verso:

"Sim, tenho medo, logo, existo"


---


Viúva do português

da esquina, filha do sol

e da chuva, mãe vivente

da humanimaldade

de cinco continentes, aqui Jaz, sem um ai,

o último seringal

da Amazônia: Manaus.

Jaz de corpo presente,

mas desta vez ao vivo"


Sobre Aldísio Filgueiras


Aldisio Filgueiras é compositor, poeta e jornalista, nasceu em Manaus, em 1947. Iniciou sua produção poética ainda no curso secundário, feito no Colégio Estadual D. Pedro II, com a participação no Grêmio Literário Mário de Andrade.


Sua estreia literária aconteceu em 1968, com o livro de poemas Estado de sítio, que teve circulação proibida pela censura. Porto de lenha, um dos maiores sucesso da música regional, foi composta por Aldísio em parceria com o compositor Torrinho. 


Membro da Academia Amazonense de Letras, ocupa a cadeira de número 7, do patrono Maranhão Sobrinho. 


Os livros publicados pela Valer são: Estado de sítio, Nova subúrbios, Dança dos fantasmas, Sábados detonados, Ararinha azul, Cidades do puro nada e Manaus: como se diz como se vê.


Tenório Telles, professor e poeta, escreveu: "Aldisio construiu uma história literária fundada na coerência, no rigor literário e espírito crítico. Sua obra é como um espelho estilhaçado em que se reflete o mundo em seu permanente devir". 


 

Serviço:


Evento: Lançamento Livro


Data: 14 de outubro de 2023 (SÁBADO)


Local: Academia Amazonense de Letras


Horário: 10h



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