Pesquisa da Abrasel no Amazonas revela desafios econômicos para bares e restaurantes
Imposto seletivo sobre bebidas açucaradas pode agravar situação de empresas endividadas e com margens de lucro reduzidas
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes seccional Amazonas (Abrasel no AM) realizou uma pesquisa abrangente com associados de todo estado, destacando os desafios financeiros enfrentados pelo setor. O estudo revelou que, em maio, 64% dos bares e restaurantes no Amazonas não conseguiram obter lucro, com 25% registrando prejuízo e 39% operando no ponto de equilíbrio. Apenas 36% dos estabelecimentos conseguiram lucrar.
Os empresários estão lidando com margens de lucro cada vez menores, agravadas pelo aumento nos custos dos principais insumos, como alimentos e bebidas, que subiram 4,2% este ano, enquanto a inflação no setor foi de apenas 1,99%. Conforme a pesquisa, 41% dos estabelecimentos não conseguem reajustar seus preços de acordo com a inflação.
A situação é ainda mais preocupante em meio às discussões sobre a reforma tributária, que inclui a proposta de um imposto seletivo mais alto para produtos populares em bares e restaurantes, como bebidas açucaradas. Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no Amazonas, destaca os potenciais impactos negativos dessa medida. “O setor ainda precisa recuperar suas margens de lucro e reduzir o endividamento. A pesquisa atual mostra números semelhantes aos da leitura anterior. A regulamentação da reforma tributária é uma preocupação constante”, afirmou.
Zamperlini também alerta para a proposta de tributação seletiva sobre bebidas açucaradas, considerando-a incoerente. “É crucial evitar o aumento de impostos e corrigir incoerências, como a taxação das bebidas açucaradas”, acrescentou.
A pesquisa da Abrasel no Amazonas também aponta um alto índice de endividamento entre as empresas do setor. Os dados mostram que 44% dos negócios têm dívidas em atraso, sendo 70% de impostos federais, 47% de impostos estaduais, 43% de parcelas de empréstimos e 38% de encargos trabalhistas e previdenciários.
A Associação continua a monitorar o cenário e busca soluções em conjunto com autoridades e partes interessadas para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor, vital para a economia local.
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