Restrição geográfica imposta pela Semsa para atendimento nas UBSs prejudica saúde dos moradores do Cidade de Deus - Opinião Manauara

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Restrição geográfica imposta pela Semsa para atendimento nas UBSs prejudica saúde dos moradores do Cidade de Deus



“Aqui, o atendimento de saúde é escolhido a dedo. A pessoa pode estar morrendo, mas só tem atendimento se a casa ficar perto da casinha de saúde. Perto mesmo, do lado, na frente da casinha, nada distante. Na minha rua, só três casas são atendidas pela UBS-36, o resto fica sofrendo doente”, disse a dona de casa identificada como Marcela,  moradora da rua Portuguesa, no bairro Cidade de Deus, zona Norte de Manaus.

 

Outras moradoras que residem na rua Inhambu, também no bairro Cidade de Deus, disseram que a UBS-37 estava em reforma, mas ainda não está funcionando. “E ainda por cima, as pessoas lá são grosseiras. Não prestam atendimento direito”, disse outra moradora que não quis se identificar como medo de retaliação. 


As afirmações das moradoras do bairro Cidade de Deus colocam em cheque o modo como a Prefeitura de Manaus determina o atendimento dos habitantes da capital pelo Sistema Único de Saúde. Existe uma delimitação imaginária de usuários, que foge ao padrão. Mesmo morando, por exemplo, numa casa atrás da Unidade Básica de Saúde (UBS), o morador pode ser impedido de receber atendimento se o endereço dele não fizer parte da área determinada pelo município de Manaus.  


 A lei brasileira que rege o atendimento básico de saúde garante a universalização dos serviços oferecidos independente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.


Fim da restrição



O fisioterapeuta e candidato a vereador de Manaus, Ráiner Figueiredo (PP), pretende extinguir a linha imaginária que divide o atendimento das UBS por ruas, bairros e zonas. “Eu sou usuário do SUS. Eu defendo o SUS e o direito de todo cidadão brasileiro de ter atendimento de saúde onde ele estiver. Por que delimitar o atendimento mediante ao local onde a pessoa mora? É um absurdo especificar o atendimento pelo número da casa ou de uma via. O que importa é a saúde do cidadão”, asseverou Ráiner. 


Outro Projeto de Lei (PL) idealizado por Ráiner é a instalação de UBS em todos os bairros da cidade. “Vocês sabiam que 20% da população de Manaus não é assistida pela saúde básica do município? Isso corresponde a mais de 500 mil pessoas que têm que correr para outros bairros e acabam por lotar as unidades de atendimento de média e alta complexidade, os hospitais públicos. Se o município fizesse sua parte isso não aconteceria. Então, como vereador, eu vou fiscalizar esse atendimento”, assegurou Ráiner. 


Vacina

A falta de produtos para estimular a imunidade preocupa a comunidade. “Não tem vacina, quando a gente vai procurar, eles dizem que lá  ‘acabou’. Se tiver outra pandemia de Covid-19 ou qualquer outra doença, que Deus nos proteja, porque vacina nas UBS acho que não vamos ter”, disse a moradora.

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