Festival de Parintins 2025: As mulheres dos bastidores dos Bois Caprichoso e Garantido que fazem a festa acontecer - Opinião Manauara

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Festival de Parintins 2025: As mulheres dos bastidores dos Bois Caprichoso e Garantido que fazem a festa acontecer

Costureiras, coordenadoras de galpão, kaçauerés e paikicés estão entre as atribuições das mulheres por trás dos bumbás
 

O Festival de Parintins 2025 acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho, mas os trabalhos e preparativos das equipes dos Bois Caprichoso e Garantido começam com antecedência e com a participação das mulheres. Coordenadoras de galpões, costureiras, kaçauerés e paikicés: juntas, elas ajudam a construir a festa realizada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

 

As mulheres do Caprichoso

 

No Centro de Parintins, do lado azul da cidade, o galpão do Boi Caprichoso conta com o trabalho, dedicação e paixão das irmãs Rosalyn e Mari Andrade. Elas dedicam boa parte do dia para finalizar as alegorias e ajustar os detalhes que faltam para que tudo saia perfeito para a concentração.

 

Rosalyn Andrade, 38, ganhou o desafio de trabalhar no setor de revestimento, mas também de ser a primeira soldadora do Boi Caprichoso. Uma emoção que, segundo ela, é de toda a ala feminina dos bastidores.

 

Esse ano tivemos a oportunidade e o desafio de começar o trabalho de soldadoras. Foi muito legal. É muito gratificante representar mulheres nesse espaço e quebrar tabus, mostrar o que podemos fazer”, disse a soldadora.

 


Para Mari Andrade, 42, a parceria de trabalho com a irmã ajuda a aliviar a rotina puxada do dia a dia. Apesar de estarem em funções diferentes, ela destaca que isso mostra como as mulheres podem estar presentes e ocupar diferentes espaços.

 

Sou decoradora, aderecista e nós sempre estamos trabalhando juntas. O Caprichoso deu uma grande oportunidade e eu só tenho a agradecer. Assim como ela virou soldadora, eu sei também usar alicates, tesouras e equipamentos mais pesados. Tudo o que me colocam para fazer, eu faço”, disse a aderecista.

 

As mulheres do Garantido

 

Do outro lado da cidade, no Curral Lindolfo Monteverde, as mulheres também têm muita história para contar. Silvia Freire, 47, é a primeira a assumir o Setor Tribal, espaço onde ficam as produções de figurinos, vaqueirada e costura. Para ela, o novo desafio representa um avanço das mulheres dentro do Festival de Parintins.

 

É uma felicidade enorme, porque elas (outras mulheres do setor) não me abandonaram. Estamos todas aqui, uma juntando força com a outra. Cada figurino e fantasia tem o carinho, amor e dedicação de todas as mulheres aqui. Somos Garantido 24 horas das nossas vidas”, falou a chefe do Setor Tribal.

 

Fora do espaço de figurinos e adereços, caminhando mais de dois quilômetros até a concentração das alegorias, Fabiana Costa, 31, vive um papel importante esse ano. É que além de torcedora apaixonada pelo boi, virou kaçaueré, nome dado a quem empurra as alegorias do Garantido. Emocionada, ela contou sobre a experiência.

 

O Boi Garantido deu essa oportunidade para as mulheres, que também são muito guerreiras. É um privilégio estar no meio de tudo isso, porque eu amo. Que venham muitas mulheres, assim como eu e as outras parceiras. Viva as kaçauerés!”, ressaltou Fabiana.

 

 

FOTOS: Mauro Neto/Secom+

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