Capacetes compartilhados podem causar doenças dermatológicas e respiratórias, alertam médicos da Hapvida
Infecções fúngicas e bacterianas, acne, piolhos, gripes e amigdalites estão entre os problemas que podem ser evitados com medidas simples
Segundo dados de mobilidade urbana, mais de 30 milhões de corridas de moto por aplicativos são registradas por dia no mundo. Com isso, o uso compartilhado de capacetes se tornou comum em muitas cidades. Apesar da praticidade, o hábito pode representar riscos invisíveis à saúde, especialmente em relação à pele e ao sistema respiratório.
O acessório, sem a devida higienização, pode provocar reações cutâneas, alergias e infecções. O calor e o suor acumulado já são suficientes para causar irritações, mesmo diante de um curto espaço de tempo. A combinação entre umidade, resíduos de pele e ambiente abafado favorece a proliferação de micro-organismos.
Entre as doenças mais comuns associadas ao uso coletivo estão infecções fúngicas no couro cabeludo, foliculites bacterianas, pediculose (piolhos) e impetigo, uma infecção superficial da pele. Essas condições podem surgir poucos dias após o contato com capacetes contaminados, especialmente em pessoas com pele sensível ou baixa imunidade.
De acordo com o dermatologista Diogo Pazzini, da Hapvida, o ambiente quente e abafado dentro do capacete, somado à umidade, favorece o surgimento de espinhas, cravos, irritações, descamação e pode agravar quadros como a dermatite seborreica. O problema é ainda mais frequente em regiões de clima quente e úmido, como a Amazônia, onde corridas por aplicativo são comuns.
"Fungos e bactérias podem sobreviver dias ou até semanas no interior de capacetes mal higienizados. Eles se alimentam de células mortas e sujeira acumulada, o que torna o ambiente perfeito para sua multiplicação", explica Pazzini.
Além das doenças de pele, o capacete compartilhado também pode se tornar um vetor de contaminação respiratória. A presença de gotículas de saliva, suor e secreções pode transmitir vírus e bactérias respiratórias, especialmente se o equipamento for usado por várias pessoas em sequência, sem nenhum tipo de limpeza.
Para a infectologista Dessana Francis Chehuan, da Hapvida, o capacete, quando usado por muitas pessoas, pode se transformar num ambiente contaminado, principalmente se estiver úmido, suado ou mal ventilado. Ela ressalta que gripes, resfriados, rinite, sinusite, faringite e amigdalite estão entre os riscos de contaminação respiratória.
"Em tempos de viroses respiratórias, o ideal é que cada pessoa utilize seu próprio capacete. Se isso não for possível, o uso de toucas descartáveis também ajuda a reduzir o risco de contato com secreções. Manter o capacete limpo e arejado após o uso é uma medida simples, mas eficaz", orienta a médica da Hapvida.
Sintomas
Coceira, irritação, espinhas, descamação, queda de cabelo localizada, tosse, espirros e dor de garganta são sintomas que não devem ser ignorados. O atendimento médico especializado ajuda a identificar precocemente possíveis infecções e evitar complicações. Com diagnóstico rápido, o tratamento se torna mais simples e eficaz, seja ele tópico, oral ou preventivo.
Recomendações
Entre as recomendações preventivas estão o uso de toucas ou bandanas por baixo do capacete, higienização com álcool 70% ou antissépticos, exposição ao sol e, sempre que possível, evitar o compartilhamento. Caso não haja alternativa, é fundamental observar possíveis sinais de alerta.
Dados
Estima-se que mais de 200 milhões de pessoas em todo o planeta utilizem motos diariamente. No Brasil, são cerca de 10 a 11 milhões de usuários diários, especialmente em regiões onde o mototáxi é uma alternativa comum de mobilidade urbana.
Sobre a Hapvida
Com cerca de 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 71 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 87 hospitais, 78 prontos atendimentos, 351 clínicas médicas e 299 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.
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