Operador fantasiado de Papai Noel, que pulou de guindaste em acidente, estava afastado pelo INSS, diz delegado

Homem que saltou da cabine para se salvar durante tombamento investigado teria recebido auxílio-doença; polícia aponta possíveis falhas na operação.

O operador do guindaste, fantasiado de Papai Noel, que pulou da cabine ao ver a máquina tombar durante a montagem de uma decoração natalina, estava afastado pelo INSS e recebia auxílio-doença no momento do acidente que ocorreu neste domingo (23) segundo informações da polícia.

Testemunhas relataram que o operador começou a ouvir estalos antes do tombamento e tentou manobrar para compensar a instabilidade, mas já era tarde.

Em depoimento, após ser preso, ele afirmou que usou a fantasia de Papai Noel por iniciativa própria, dizendo que queria trabalhar “de um jeito diferente”.

No momento da queda, outro trabalhador, o Antônio Rodrigues, caiu junto com a estrutura e não resistiu aos ferimentos, enquanto Henes Libório ficou ferido. As imagens do acidente mostram o guindaste se inclinando e a grande estrutura da árvore desabar sobre a montagem.

A investigação está a cargo da Delegacia Especializada, que classifica o caso como homicídio culposo por falha na operação.

De acordo com o delegado responsável, o homem, apesar de não estar em condições para o trabalho, teria sido contratado apenas para aquela tarefa, o que levanta suspeitas sobre a responsabilidade da empresa na contratação. A perícia preliminar aponta várias falhas: faltava um plano de içamento adequado, não houve rigging técnico, e não foi feito o isolamento da área, colocando vidas em risco.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) também está envolvido na apuração e já constatou a ausência de documentação técnica obrigatória para esse tipo de operação, o que pode indicar negligência grave por parte da empresa. Enquanto isso, o operador permanece detido, e a investigação vai esclarecer se houve conivência institucional ou falha no cumprimento das normas de segurança.