Caso Benício: Delegado aponta que mais dois médicos podem ser responsabilizados por morte - Opinião Manauara

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Caso Benício: Delegado aponta que mais dois médicos podem ser responsabilizados por morte

Segundo o delegado Marcelo Martins, as investigações indicam uma "sucessão de erros" durante o atendimento da criança na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).





Pelo menos mais dois médicos que atuaram no atendimento do menino Benício Xavier podem ser responsabilizados pela morte ocorrida no Hospital Santa Julia, em Manaus, informou o delegado Marcelo Martins, nesta quarta-feira (17). 


Benício morreu em 23 de novembro, depois de receber uma dose elevada de adrenalina de forma indevida. Segundo as investigações, a médica Juliana Brasil prescreveu a dose errada, e a técnica de enfermagem Raiza Bentes aplicou o medicamento na veia da criança. 


Segundo Martins, as investigações apontam para uma "sucessão de erros" durante o atendimento da criança na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)


"Dois médicos da UTI deveriam ter adotado alguns procedimentos que não foram feitos ali na situação. Por exemplo, há apontamentos no sentido de que o médico Luiz Felipe Sordi deveria ter intubado o Benício de imediato e isso não foi feito. Ele também deveria ter solicitado o parecer dos especialistas, no caso o pediatra infantil, que ele não fez, e também do anestesista, que ele não fez", disse.


O delegado relatou que, na sequência, o médico liberou a alimentação para Benício, o que não poderia ter ocorrido, e afirmou que Alexandra da Silva, médica responsável pela intubação, realizou o procedimento sem observar que ele se alimentou.



"Ela poderia ter feito previamente ali um procedimento para retirar o alimento do estômago do Benício para depois fazer a intubação. Então foram vários erros, e quando ela vai fazer a intubação não tem um médico sobressalente para caso ela não conseguisse intubar", disse Martins.


Martins também afirmou que a medicação feita durante a intubação foi imprópria. "Ela deveria ter feito uma medicação para induzir a sedação dele e caso não desse certo, ela teria que administrar uma outra medicação para ele voltar ao normal e aí depois tentar de novo." 

Para o delegado, ficou claro que a sequência de erros durante o atendimento tirou qualquer chance de Benício sobreviver. 


"O Benício não teve chance nenhuma. Foram erros sequenciais. Por isso que eu coloquei a qualificadora de crueldade, porque ele sofreu muito. Parece que era como se algo dissesse que era para ele não ter chance", concluiu Martins.


Os médicos prestaram depoimento em 27 de novembro. O delegado não informou se os profissionais serão chamados novamente para depor.


Donos do hospital prestam depoimento



Os donos do Hospital Santa Júlia prestaram depoimento, nesta quarta-feira (17), na sede do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), que conduz as investigações sobre a morte de Benício Xavier, após receber doses elevadas de adrenalina. 


De acordo com o delegado Marcelo Martins, as investigações também apuram a responsabilidade do hospital quanto à estrutura, protocolos e eventuais falhas do sistema de prescrição.

Prestaram depoimento nesta quarta-feira: 


  • Édson Sarkis 
  • Édson Sarkis Júnior 
  • Júlia Sarkis


Após depor, Édson Sarkis conversou com a imprensa e exaltou as qualificações da unidade de saúde, disse estar preocupado e solidário à família de Benício, além de reforçar que o hospital adota protocolos corretamente. 


"O hospital tem protocolo de segurança, tem dupla checagem. Nessa ocasião, no pronto-socorro, tinha uma enfermeira que faz o protocolo de segurança. Ela não foi acionada, mas existe uma enfermeira. Além dessa enfermeira, tem mais duas enfermeiras que também podem fazer protocolo de segurança. Além disso também tem uma farmacêutica na central. Essas coisas todas precisam ser ditas e serão ditas", afirmou.

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