Milton Hatoum lança dois novos livros em Manaus, neste domingo (14) na Valer Teatro - Opinião Manauara

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Milton Hatoum lança dois novos livros em Manaus, neste domingo (14) na Valer Teatro

Além do terceiro livro da trilogia ‘O lugar mais sombrio’ (Companhia das Letras), o autor vai lançar o ‘A natureza como ficção’ (Editora Valer)

 

Manaus recebe com entusiasmo um dos seus filhos mais ilustres, o aclamado escritor Milton Hatoum, para o lançamento da sua mais nova obra: ‘Dança de enganos’ (Companhia das Letras) e ainda ‘A natureza como ficção’ (Valer). O evento gratuito acontecerá no dia 14 de dezembro de 2025, às 10h, na Valer Teatro – no Largo São Sebastião.

 

O autor de clássicos como ‘Relato de um certo Oriente’ e ‘Dois irmãos’ estará presente para uma manhã de autógrafos, conversa com o público e a apresentação de seus novos livros. Este é um momento imperdível para leitores, estudantes e amantes da literatura que desejam conhecer a nova produção do romancista amazonense, cuja obra transcende fronteiras e idiomas.


 

Para Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer, doutora em Filosofia e autora do livro ‘Poetas, filósofos e xamãs’ – um encontro com a palavra’, ter Milton Hatoum no catálogo da Valer é de extrema importância por tudo o que ele representa para a literatura mundial, brasileira e, em especial, por ser um dos mais importantes cronistas da Amazônia.

 

“É uma honra e um momento de intensa alegria, porque Milton Hatoum, além de ser o escritor que é, é um ser humano encantador e defensor das pessoas mais desfavorecidas no mundo, por exemplo, é uma das vozes mais forte em favor da Palestina. Isso aprofunda o seu valor, especialmente como um homem localizado no seu tempo, com coerência e argumentos em defesa de vozes nunca ouvidas”.

 

Sobre ‘A natureza como ficção’

Nesta obra, Milton Hatoum propõe-se a comentar a forma de representação do espaço comum da floresta nas obras “A selva”, de Ferreira de Castro, e “Mad Maria”, de Márcio Souza. Hatoum destaca a oposição entre barbárie e cultura, considerada de formas distintas, porém com uma gravidade chocante, na qual não há lugar para ufanismos; chama-nos a atenção, também, para as percepções sobre os homens: os nativos e os que vieram de muitos lugares estrangeiros para construir a Madeira-Mamoré ou Mad Maria, ou para eternizar a exploração do homem pelo homem no seringal Paraíso, que representa qualquer um no período áureo da borracha. Esta análise comparativa entre as duas obras é um incentivo para a leitura dos dois autores, distanciados pelo tempo, porém especiais narradores e sensíveis na apreciação e compreensão do espaço e das peculiaridades amazônicas.

 

*Sobre ‘Dança de enganos’*

 

Neste drama familiar, com forte pano de fundo histórico e político, estilo que consagrou Milton Hatoum, o tempo do amor, das perdas e dos enganos é o próprio tempo da ficção, que aqui surge em máxima potência por meio da voz trágica de uma personagem assombrosamente resiliente – e absolutamente inesquecível.

“É possível explicar ou entender certos sentimentos? [...] É preciso dar tempo ao passado.” Estamos no fim dos anos 1960. É Lina, mãe de Martim, quem nos conduz pelos desvãos da época. A distância em relação ao filho cresce no turbulento contexto da ditadura, e se “o tempo de silêncio tem uma história”, ela decide escrever.

O irmão Dácio, a mãe Ondina, a empregada e confidente Delinha, o artista Leonardo. Lina revisita sua vida e a das pessoas ao seu redor, compondo uma galeria notável de almas desgarradas, que entram e saem das páginas deste livro como se fossem sombras num longo e nebuloso sonho.

A ausência de Martim, no entanto, protagonista de A noite da espera e Pontos de fuga, é também sua presença, inequívoca, em cada ato e palavra da mãe. “Nem todas as dúvidas são vazias”, escreve Lina, e em meio a ecos de Conrad e Juan Carlos Onetti, Dança de enganos nos faz a pergunta-chave de toda ficção que remonta o passado: a memória, afinal, escolhe o que ela esquece?

 

 

Sobre o autor

Nasceu em Manaus, em 1952. Estudou arquitetura na USP e estreou na ficção com Relato de um certo Oriente (1989), vencedor do prêmio Jabuti (melhor romance). Seu segundo romance, Dois irmãos (2000), foi adaptado para televisão, teatro e quadrinhos. Com Cinzas do Norte (2005), Hatoum ganhou os prêmios Jabuti, Livro do Ano, Bravo!, APCA e Portugal Telecom. Em 2006, publicou o livro de contos A cidade ilhada. Sua primeira novela, Órfãos do Eldorado (2008), foi adaptada para o cinema. Em 2013, lançou Um solitário à espreita (crônicas) e, em 2017, A noite da espera, primeiro volume da trilogia O Lugar Mais Sombrio. Sua obra de ficção, publicada em catorze países, recebeu em 2018 o prêmio Roger Caillois (Maison de l’Amérique Latine/Pen Club-França).

 

Serviço

O quê: Lançamento Milton Hatoum

Quando: 14 de dezembro de 2025, domingo, às 10h.

Onde: Valer Teatro

Quanto: Entrada Gratuita.

 

A comunidade está convidada a prestigiar o evento e celebrar a nova contribuição de Milton Hatoum para a literatura nacional e mundial.

 

Informações para a Imprensa: Bruna Chagas 92991335241

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