Na cara dura: Polícia Federal revela lista de vantagens recebidas por Omar Aziz com dinheiro da Saúde do AM
Relatório produzido pela investigação da Polícia Federal (PF) do Amazonas mostra que recursos da saúde estadual foram desviados para beneficiar o senador e ex-governador Omar Aziz (PSD) e seus familiares.
Segundo o relatório, Omar e sua família estão envolvidos em denúncias de recebimento de mesada de R$ 500 mil para o senador, pagamento de contas do apartamento do parlamentar em Brasília, repasses a três irmãos e à mulher de Omar, viagens em aeronaves particulares bancadas pelo médico e empresário Mouhamad Moustafa, consultas médicas para a mãe do senador em unidades de saúde de luxo, um relógio de R$ 36 mil da marca Cartier como presente de aniversário para o senador e pagamentos avulsos que variavam de R$ 2.000 a R$ 250 mil, que apontam envolvimento de Aziz em desvios de contratos assinados com o Instituto Novos Caminhos (INC) do médico Mouhamad Moustafa.
A investigação da PF indiciou o senador por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa para desviar recursos do Instituto Novos Caminhos, organização social contratada por Omar quando governador (2010-2014) para gerenciar unidades de saúde.
Em julho de 2016, a esposa e três irmãos de Aziz chegaram a ser presos pela PF, mas foram soltos na sequência.
Contudo, a defesa de Aziz conseguiu suspender a investigação e alega que o caso deveria ser analisado pela Quarta Vara Federal do Amazonas, e não pela Segunda.
A reposta de Omar
Em nota, a assessoria de comunicação do senador Omar Aziz diz que “a decisão da autoridade policial é absolutamente equivocada, embasada em premissas que não condizem com a realidade e não se sustentam juridicamente”.
Em documento, construído a partir de interceptações telefônicas e mensagens de celulares apreendidos, a PF diz que há “fortes indícios” de que Omar e familiares tenham recebido vantagens indevidas.
A investigação ainda aponta que o INC contratava empresas que não prestavam os serviços descritos nas notas fiscais ou superfaturavam o valor que era cobrado — e consequentemente seria reembolsado pelo governo do estado. Os desvios seriam supostamente divididos entre Moustafa, funcionários, Aziz e parentes.
O médico cumpriu prisão no Amazonas e tem condenações relativas a ações movidas pelo MPF (Ministério Público Federal) em fases anteriores da operação. De acordo com a CGU (Controladoria Geral da União), no inquérito da PF, o INC recebeu do Estado do Amazonas nos anos de 2014 e 2015, período investigado, ao menos R$ 276 milhões. Não se sabe quanto desse valor teria sido desviado.
Com informações do site UOL.
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