URGENTE | Amazonas lidera ranking nacional de tuberculose por falta de política efetiva de combate à doença - Opinião Manauara

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URGENTE | Amazonas lidera ranking nacional de tuberculose por falta de política efetiva de combate à doença

Se depender do governador Wilson Lima, o Amazonas vai continuar sendo o pior estado. Ele não renovou a lei do FTI e transformou recursos para a saúde em emendas parlamentares para gradar aliados

O Amazonas amarga a triste realidade de ser o Estado líder, pelo quinto ano consecutivo, em casos de tuberculose no Brasil, por falta de políticas públicas de saúde efetivas e ações de enfrentamento e combate preventivo da doença. Os registros avançaram consideravelmente durante os três anos e três meses do governo Wilson Lima.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 24/03, pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial da Tuberculose. De acordo com o governo federal, o Amazonas tem a maior taxa de incidência de tuberculose do país com 64,8 casos por 100 mil habitantes. Foram mais de 2,9 mil casos novos da doença em 2021, registrados no Sistema de Informação da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).

A taxa do Amazonas é duas vezes maior a média nacional de 31,6 casos por 100 mil habitantes, número que reflete a falta de investimentos do governo do Estado em ações de enfrentamento e combate à tuberculose em Manaus e nos 61 municípios amazonense. 

Em junho de 2021, a FVS-AM divulgou nota informando que o Amazonas ocupava, naquele ano, pela quarta vez consecutiva, o primeiro lugar no ranking dos Estados com maior número de casos de tuberculose no Brasil.

Entre os meses de janeiro a outubro de 2021, o Amazonas registrou 2.427 casos da doença, sendo 71,36% na capital, ou seja, 1.732 casos. Os municípios que mais registraram casos de tuberculose foram Manacapuru (71), Tefé (54), Iranduba (48), Tabatinga (42), Parintins (41) e Itacoatiara (37). No mesmo período no ano de 2020, foram registrados 2.428 casos. 

Amazonas vai continuar liderando ─ E se depender do governador Wilson Lima, o Amazonas vai continuar liderando esse ranking por muitos anos. Este ano o governo do Estado não renovou na Assembleia Legislativa a lei que garantiu em 2020 e 2021 repasses do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Estado (FTI) para investimentos na saúde dos municípios.


Agora, os recursos serão repassados às prefeituras por meio de emendas parlamentares por deputados da base aliada do governo. Até o ano passado, o dinheiro do FTI foi distribuído para investimentos em saúde nos 62 municípios amazonenses. Em 2021, Wilson Lima dobrou o orçamento da saúde pública de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões, mas não houve avanço no combate a doença.

Um dos exemplo da má gestão na saúde é a Policlínica Cardoso Fontes, no Centro. O local é uma das principais referências em pneumonia e tratamento da tuberculose no Amazonas, mas está com suas estruturas comprometidas, sem condições de atendimento humanizado. 

Em Itamarati, distante 980 quilômetros de Manaus, uma paciente morreu de tuberculose por falta de transferência para a capital, por parte da Secretaria Estadual de Saúde (SES), solicitado pela Secretaria de Saúde do município.

Entenda o que é a doença ─ A tuberculose é transmitida através do ar, podendo ser causada pela bactéria denominada Mycobacterium tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch que possui evolução lenta. Onde a doença pode levar semanas, meses e até mesmo anos para desenvolver os primeiros sintomas.

A bactéria da tuberculose pode infectar diversas pessoas do convívio com doentes da tuberculose. Pessoas com certas condições como má alimentação, desnutrição, HIV, diabetes, câncer e pessoas que apresentam vícios com fumo, drogas e álcool podem apresentar agravamento da doença.

Caso apresentar sintomas que indiquem a presença da tuberculose, é preciso procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Os exames necessários para diagnosticar a doença são o exame de escarro (baciloscopia, cultura ou teste molecular rápido para tuberculose).

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