Governo do AM exonera presidente do Ipaam após operação contra fraudes
MANAUS (AM) – O Governo do Amazonas exonerou, nessa segunda-feira, 9, o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, após operação da Polícia Federal (PF) que revelou corrupção envolvendo servidores da instituição.
A operação desarticulou organização criminosa composta por servidores do Ipaam, lotados em Manaus, e também foi realizada nos Estados de Rondônia e Pernambuco.
De acordo com as investigações, os servidores do Ipaam utilizaram das funções para facilitar práticas fraudulentas, como a emissão de licenças ambientais falsas, a suspensão de multas e a concessão indevida de autorizações para desmatamento. O esquema causou prejuízo de R$ 1 bilhão.
Um dos 18 mandados de busca e apreensão mandados foi cumprido contra a superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas, Dionísia Soares Campos. A sede do Ipaam também foi alvo de busca e apreensão. Ela é filha do deputado estadual Sinésio Campos (PT-AM) e conseguiu o cargo no Ministério da Agricultura e Pecuária por indicação do pai.
Além do cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva, a 7ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Manaus (AM) também determinou o afastamento de servidores do Ipaam, entre eles o diretor-presidente da instituição, Juliano Valente.
Prisões
A Polícia Federal prendeu dois servidores do Ipaam e cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, com alvos incluindo quatro advogados e um policial militar com de Rondônia.
Os envolvidos já haviam sido indiciados em 2019, durante a “Operação Arquimedes”, que apurou crimes semelhantes. Na fase atual, mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas, foram cumpridas com o intuito de desarticular a organização criminosa.
Relações
A “Operação Expurgare” também está vinculada a uma investigação anterior, a “Operação Greenwashing”, que desmantelou um esquema de fraudes fundiárias que perdurou por mais de uma década, iniciado em Lábrea, no Amazonas. Esse esquema envolvia a falsificação e duplicação de títulos de propriedade, resultando na apropriação ilegal de aproximadamente 538 mil hectares de terras públicas.
Entre 2016 e 2018, o grupo criminoso expandiu as atividades, utilizando títulos fraudulentos e alterando dados no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) com o auxílio de servidores públicos e técnicos. Nos últimos três anos, a organização ampliou a atuação para as regiões de Apuí (AM) e Novo Aripuanã (AM).
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