Chefes do Comando Vermelho no Amazonas pagam até R$ 150 mil por mês para atuarem em home office em ‘condomínio no crime’ no Rio - Opinião Manauara

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Chefes do Comando Vermelho no Amazonas pagam até R$ 150 mil por mês para atuarem em home office em ‘condomínio no crime’ no Rio

Investigações revelam que líderes do CV no Amazonas, Pará e Ceará vivem sob proteção de traficantes cariocas em “condomínios do crime”.





Os principais chefes do Comando Vermelho (CV) no Amazonas vivem hoje sob a proteção de traficantes cariocas em esconderijos no Complexo do Alemão e na Penha, no Rio de Janeiro. Segundo informações de inteligência divulgadas com exclusividade pelo Estadão e confirmadas por autoridades amazonenses, cada líder paga entre R$ 50 mil e R$ 150 mil por mês para garantir abrigo e segurança em territórios dominados pelo crime.


De lá, os criminosos seguem comandando o tráfico em Manaus e no interior do estado, em uma espécie de “home office do crime”. O modelo inclui proteção armada, treinamentos com fuzis e comunicação direta com subordinados no Norte do país, que seguem ordens para executar rivais e manter o controle das rotas de drogas.



“Chamamos lá de ‘condomínio do crime’. O Comando Vermelho no Amazonas tem 13 líderes, e a informação que temos é que todos estão na Penha ou no Alemão”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Marcus Vinícius Almeida.




Entre os refugiados estão Silvio Andrade Costa, o “Barriga”, apontado como o principal chefe do CV no Amazonas, e Caio Cardoso dos Santos, o “Mano Caio”, ambos na lista dos criminosos mais procurados do estado. Segundo a Polícia Civil, os dois coordenam a entrada de cocaína pelas fronteiras e o envio da droga por meio do Rio Solimões, rota estratégica do tráfico internacional.



“Home office” do tráfico


As investigações mostram que esses líderes mantêm controle total das atividades criminosas no Amazonas mesmo a quase quatro mil quilômetros de distância. Eles usam celulares criptografados e intermediários para ditar ordens a comparsas que atuam em Manaus, Manacapuru, Coari e Tabatinga.



O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Amazonas aponta que o CV continua ordenando execuções de desafetos e cobranças de dívidas a partir do Rio de Janeiro. “Eles matam com uma facilidade impressionante, com requintes de crueldade”, afirma o promotor Leonardo Tupinambá, coordenador do grupo.



“Mesmo escondidos, eles controlam as decisões, cobram tributos e mantêm o domínio territorial. É um comando remoto do terror”, disse Tupinambá.


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