Balanço 2025: Defensoria do Amazonas registra mais de mil participações e 92% de acordos extrajudiciais em 19 edições do projeto “Filhos Para Sempre”
O balanço reúne os resultados das oficinas realizadas com foco na educação em direitos e no fortalecimento da convivência familiar, especialmente em situações que envolvem crianças e adolescentes
O projeto “Filhos Para Sempre”, da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), registrou 1.070 participações ao longo de 2025, com a realização de 19 edições e índice de 92% de acordos extrajudiciais entre o público. O balanço reúne os resultados das oficinas realizadas com foco na educação em direitos e no fortalecimento da convivência familiar, especialmente em situações que envolvem crianças e adolescentes.
Com foco em orientar pais e responsáveis quanto ao exercício da parentalidade responsável, promovendo soluções consensuais e reduzindo a judicialização de conflitos familiares, o projeto surgiu em 2023, a partir da análise da rotina de atendimentos da Defensoria do Amazonas.
Já nos primeiros contatos, defensores e equipes técnicas identificaram que muitos pais separados chegavam à instituição envolvidos em conflitos intensos relacionados à convivência familiar, à comunicação entre as partes e à dificuldade de separar o rompimento conjugal do exercício da parentalidade.
De acordo com o coordenador do projeto, defensor público Helom Nunes, o “Filhos Para Sempre” nasceu como uma resposta direta a essa realidade. “O projeto nasceu da necessidade de orientar pais que chegam à Defensoria em conflitos intensos de convivência. A separação não pode significar o rompimento dos vínculos familiares quando há filhos envolvidos”, disse.
Desde sua implantação, o projeto contou com ajustes metodológicos e passou a atender um público mais diversificado. No início, os encontros eram destinados apenas aos assistidos da 1ª Defensoria de 1ª instância. Com o fortalecimento da proposta, outros setores da DPE-AM passaram a encaminhar casos identificados durante os atendimentos.
Essa ampliação refletiu diretamente no número de participantes por edição, que evoluiu de cerca de 40 convidados para até 110 pessoas, consolidando o projeto como uma estratégia institucional de atuação preventiva. “Hoje, outros órgãos de atuação da Defensoria também encaminham casos, o que fortalece a atuação preventiva e torna o projeto mais efetivo”, explicou o coordenador do projeto.
Balanço de 2025
Em 2025, o projeto manteve uma atuação contínua, com a realização de 19 edições. Até a última edição do ano, ocorrida em 15 de dezembro, foram registradas 1.070 participações nas oficinas.
Os resultados também se destacam pela resolutividade dos casos atendidos. O índice de 92% de acordos extrajudiciais entre os participantes demonstra que a educação em direitos aliada ao diálogo contribui para soluções mais rápidas e menos desgastantes.
“Os resultados de 2025 mostram que a orientação e o diálogo funcionam. Muitas famílias conseguem resolver seus conflitos de forma mais consciente e menos desgastante”, afirmou o defensor.
Os efeitos do projeto também se evidenciam nas vivências de outros participantes no decorrer de 2025. Entre os participantes da última edição, realizada em 15 de dezembro, estão Mário Castilho Neto, de 29 anos, e Thaynara de Carvalho, de 26, moradores do bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus.
Em processo de separação há pouco mais de um ano, os pais de Davi Christian, de 5 anos, encontraram no espaço de diálogo uma oportunidade de rever comportamentos e fortalecer o respeito mútuo em favor do filho. “A raiva faz a gente cometer coisas que não são legais, até mesmo perto das crianças. Uma coisa que gostei muito foi essa orientação sobre o tratamento entre os pais porque, acima de qualquer coisa, os filhos vêm em primeiro lugar”, relatou Thaynara.
Já em outra edição, realizada no primeiro semestre, Jonas Veloso, pai de duas adolescentes, relatou que a oficina o ajudou a compreender melhor o significado da guarda compartilhada e a garantir a presença na vida das filhas, inclusive por meio de contatos virtuais.
Na mesma edição, Gabriela, mãe de uma criança de dois anos, contou que a participação contribuiu para lidar de forma mais consciente com a separação e para priorizar o bem-estar da filha, a partir das orientações recebidas durante o encontro.
Continuidade em 2026
A Defensoria Pública do Amazonas pretende dar continuidade ao projeto em 2026. A primeira edição do próximo ano está prevista para 2 de fevereiro, com a expectativa de manter a realização de duas oficinas mensais, conforme a demanda identificada nos atendimentos.
“A demanda pelo projeto continua crescendo, por isso a Defensoria seguirá investindo nessa iniciativa, sempre com foco no melhor interesse das crianças e adolescentes”, concluiu Helom Nunes.
Texto: Aline Ferreira
Fotos: Arquivo/DPE-AM




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