Empresa alvo da Maus Caminhos receberá mais de R$ 103 mi do governo do AM
Denunciada na Maus Caminhos, a empresa CR Obras da Construção Ltda- na época Costa Rica Serviços – que tem como sócio Leopoldo Botelho, tem contratos de R$ 103 milhões com gestão Wilson Lima
Manaus – Dono de empresa investigado no âmbito da Operação Maus Caminhos tem contratos que somam R$ 103 milhões em nove órgãos do governo do Estado. O empresário Leopoldo Nelson Brozzo Botelho é sócio-administrador da empresa CR Obras da Construção Ltda. um dos maiores fornecedores na gestão do governador Wilson Lima, sendo a maior parte destes, na Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc).
O GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (GDC) apurou que, apenas na Seduc, a empresa CR Obras mantém cinco contratos que totalizam R$ 45,2 milhões. Os dados são do Portal da Transparência do Governo do Amazonas.
Em 2018, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o sócio da Costa Rica Serviços Técnicos Ltda. – atual CR Obras da Construção Ltda – Leopoldo Nelson Brozzo Botelho pelo crime de lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, o empresário foi responsável por ocultar a origem ilegal de mais de R$ 1 milhão proveniente do esquema de desvio de recursos públicos da saúde, revelado a partir da operação da Polícia Federal.
Ainda sobre os contratos que a empresa CR mantém com o Estado, o maior foi firmado com a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), em setembro de 2021 pelo valor de R$ 20 milhões.
Maus caminhos
A participação de Leopoldo Botelho no esquema de corrupção veio à tona em dezembro de 2017, com a deflagração da operação Custo Político, desdobramento da operação Maus Caminhos. As investigações do MPF mostraram que o diretor da empresa Costa Rica Serviços Técnicos recebeu, por meio de três transferências realizadas por Priscila Coutinho da conta da empresa Salvare Serviços Médicos, R$ 1.094.878,19, sob pretexto de pagamento por suposto contrato de mútuo gratuito.
Em interrogatório policial, o réu alegou que a suposta motivação dessas transferências seria a devolução de mútuo realizado em 1º de setembro de 2015 da empresa Costa Rica para a Salvare, no valor de R$ 80 mil.
Os R$ 20 mil a mais transferidos pela Salvare se justificariam, segundo ele, diante do atraso na devolução, corrigidos pelos índices da poupança. Para o MPF, a afirmação não corresponde com o valor calculado com base nos índices oficiais do mercado, que deveria ser de R$ 14.878,19, e não R$ 20 mil.
A denúncia do MPF traz, ainda, afirmação de um dos sócios da empresa Costa Rica, Francisco Reis Gomes Silva, de que ambas empresas não possuem nenhuma relação comercial, inclusive, atuando em ramos absolutamente distintos. O documento destaca também que sequer houve a preocupação de formalizar um contrato por escrito que provasse a existência do vínculo comercial sustentado no depoimento e que a “falta de qualquer definição de juros remuneratórios tornaria o suposto negócio absolutamente antieconômico”.
Fonte: D24AM
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